OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA BRANCA

A comunidade da Zona Oeste quer informações mais detalhadas sobre todas as intervenções previstas na Operação Urbana Consorciada Água Branca. Quer a realização de Audiências Públicas Temáticas (drenagem, patrimônio, viário, equipamentos públicos, mudanças climáticas, uso e ocupação do solo dentre outros), e de Audiências Públicas Devolutivas, com tempo suficiente para compreensão do problema e debates/proposições, visando o estabelecimento de um diálogo maduro, responsável, competente e comprometido com a sustentabilidade e a qualidade de vida de nossos bairros e moradores.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Arena Allianz Parque – Bom vizinho ou Mau vizinho?

Bom vizinho?
Para melhorar a sua imagem com a comunidade do seu entorno, desde dezembro de 2018 a área de Comunicação da Arena Allianz Parque vem realizando reuniões e ações com moradores, escolas e entidades. Em conversas realizadas nos condomínios, ao perguntar como os moradores vêem a Arena, receberam uma tempestade de reclamações de todas as ordens, relacionadas aos impactos dos eventos realizados na Arena e também da ausência de serviços públicos – limpeza, fiscalização de bares e comércio ambulantes, poluição sonora, ocupação de calçadas, ruas e praças, impedimento de ir e vir, policiamento, entre outros impactos decorrentes dos eventos realizados.

O retorno aos moradores tem sido por e-mail, individualmente, informando a agenda de eventos, visitas de escolas para conhecer o estádio, treinamentos e articulação de reuniões com órgãos da Prefeitura para que estes assumam as responsabilidades pelos serviços reclamados pela comunidade do entorno.

Nenhuma proposta quanto à poluição sonora em dias de shows, ou à ocupação de calçadas, ruas e praças por filas e acampamento do público da Arena, incomodidades sofrida pelos moradores  e impactos de total responsabilidade da Real Arenas, empresa do Grupo WTorre que administra a Arena Allianz Parque.

Mau vizinho?
A Juíza Alexandra Fuchs de Araujo julgou improcedente a ação civil pública que a Promotoria de Habitação e Urbanismo do Ministério Público promoveu contra a Prefeitura de São Paulo por omitir-se no cumprimento de seu dever de impedir o comércio irregular ambulante durante a realização de eventos na Arena Allianz Parque, com farta documentação comprovatória, apresentada pela promotoria. 

Para a Juíza, a prefeitura vem fazendo a sua parte e questiona por que o Município tem que arcar com os custos extras de segurança e limpeza para o particular exercer a sua atividade? ...talvez, o verdadeiro réu desta ação devesse ser, como pondera a Municipalidade em sua contestação, o Alliaz Parque, que ao disponibilizar tal quantidade de ingressos [40, 50 mil] não disponibiliza uma estrutura de apoio suficiente para o Poder Público, que não pode deixar a cidade desguarnecida de policiais militares, guardas civis e agentes da CET para que não existam ambulantes na região no evento.

E conclui na sentença: Certamente, o Allianz Parque não tem sido um bom vizinho. Nas relações privadas, um mau vizinho é multado, por gerar incômodo. Talvez a Prefeitura devesse ser instada a cobra do Allianz Parque um maior cuidado do entorno e de sua segurança, garantindo o bem estar dos seus vizinhos. Os jogos no Allianz Parque não são um evento eventual, com uma demanda imprevisível de segurança. O planejamento do particular ao realizar a sua atividade econômica deveria levar em consideração todas essas variáveis. Não há que se supor que existam servidores públicos disponíveis para serem contratados em função de grandes eventos, e nem há que se impor ao poder público o custo de pagamento de horas extras para dar suporte a estes eventos. Este custo, certamente, deve ser suportado pelo particular, que já participa da organização da segurança com o Poder Público, como se verifica do plano de ação juntado aos autos, e com um mínimo de investimento privado.

Aguardamos a decisão do Ministério Público e da Prefeitura - exigir que a Real Arenas/WTorre assuma as responsabilidades pela resolução dos problemas que provoca, para não ficar somente na privatização dos lucros e socialização dos prejuízos. 

Mas também aguardamos que a Prefeitura faça a sua parte - pois como já está comprovado, nem o que é atribuição dela está sendo realizado.

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