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Milhares de torcedores na Rua Turiaçu/Palestra Itália, final do jogo 27/11/2016 (foto Masao Goto Filho/Estadão Conteúdo) |
Mesmo assim, as equipes de policiamento (PM, Choque) e de fiscalização (CET, Subprefeitura da Lapa) trabalharam no local em número insuficiente, não cobriram todas as ruas e se retiraram antes da total dispersão dos milhares de torcedores. Enquanto no período da manhã e da tarde havia presença de policiamento e fiscalização e algum controle com grades e bloqueios em 3 ruas, após às 21h até a madrugada o bairro virou terra de ninguém.
Com o é possível ver nos vídeos e fotos publicados abaixo, na multidão de milhares de torcedores tinham adultos e também crianças. Vendedores ambulantes e torcedores com churrasqueiras com brasa. Jogadas pelo chão, milhares de garrafas de vidro, vendida pelos bares, ambulantes ou trazidas pelos torcedores.
A grande aglomeração de pessoas espremidas nas ruas, além de impactar na mobilidade e no deslocamento dos moradores, impedir o acesso das ruas e as entradas de condomínios residenciais, ofereceram situações de muito risco.
Um confronto entre a polícia e torcedores que estavam na Rua Caraíbas e Rua Turiaçu/Palestra Itália, com bombas de gás, jatos de água, e arremesso de garrafas, comprovou o risco da situação e deixou gente machucada.
Polícia entra em confronto com torcedores em frente ao Palestra Itália (Gazeta Esportiva)
Mais grave ainda foi a concentração de milhares de torcedores com sinalizadores e fogos entre as bombas de um posto de gasolina na Praça Marrey Jr e o risco de um grave acidente, pelas condições colocadas, foi imenso.
E se um morador de um dos prédios precisar de um socorro de emergência e a rua estiver entupida de gente ou, se houver um tumulto, um corre corre e um torcedor ou um pedestre se ferir gravemente, e por causa da aglomeração de milhares de pessoas, o socorro não chegar? E se a aglomeração de pessoas com fogos e sinalizadores dentro do posto de gasolina provocar uma explosão?
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Telhados do posto de gasolina queimados pelos sinalizadores lançados por torcedores. |
E se um morador de um dos prédios precisar de um socorro de emergência e a rua estiver entupida de gente ou, se houver um tumulto, um corre corre e um torcedor ou um pedestre se ferir gravemente, e por causa da aglomeração de milhares de pessoas, o socorro não chegar? E se a aglomeração de pessoas com fogos e sinalizadores dentro do posto de gasolina provocar uma explosão?
Talvez "São Marcos" cuide para que uma desgraça não aconteça.
Mas, se acontecer, quem será responsável?
Qual o motivo para as equipes de policiamento e de fiscalização não serem suficientes para cobrir todas as ruas, após 2 anos de eventos e experiências, problemas e propostas?
A multidão em festa provoca ruídos. Desde a manhã do domingo até a madrugada da segunda feira, se ouviu, ininterruptamente, gritos e músicas das torcidas, e os estampidos de rojões. Alguns chegaram a bater nas janelas dos apartamentos.
E na madrugada, o tão esperado descanso dos moradores foi interrompido com a chegada dos trios elétricos contratados pela S.E. Palmeiras, acompanhados por torcedores, funcionários e diretores da SEP, às duas e meia da manhã da segunda feira.
E na madrugada, o tão esperado descanso dos moradores foi interrompido com a chegada dos trios elétricos contratados pela S.E. Palmeiras, acompanhados por torcedores, funcionários e diretores da SEP, às duas e meia da manhã da segunda feira.
O dia seguinte - Subprefeitura recolhe 17 toneladas de lixo
Para alguns moradores do entorno da Arena, o dia seguinte foi para varrer e lavar calçadas, paredes e ruas, para tirar o lixo e o cheiro de urina e de cerveja.
Para alguns moradores do entorno da Arena, o dia seguinte foi para varrer e lavar calçadas, paredes e ruas, para tirar o lixo e o cheiro de urina e de cerveja.
Desde a madrugada, a Suprefeitura da Lapa mobilizou mais de 90 pessoas nas equipes de limpeza e caminhões para recolher 17 toneladas de lixo. Foram usados 162 metros cúbicos de água para lavar as ruas onde estiveram os milhares de torcedores do jogo realizado na Arena Allianz Parque. Muitas garrafas e cacos de vidro, garrafas plásticas, latinhas, caixas de pizza, embalagens de salgadinhos, urina e fezes de cavalos.
PERCORRENDO OS BAIRROS
Bloqueios para entrar na Rua Turiaçu/Palestra Itália e Caraibas
A Polícia Militar fechou o acesso para a Rua Turiaçu/Palestra Itália desde 10h da manhã. Os torcedores com ingressos só podiam acessar a rua pelos bloqueios instalados. Dois deles na Rua Turiaçu/Palestra Itália com esquina da Rua Cayowaá e na altura do Shopping Bourbon e outro na Rua Caraíbas com Venâncio Aires. Nos limites destes bloqueios não havia comércio ambulante, e os bares funcionaram normalmente.
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Bloqueio Rua Turiaçu, altura Rua Cayowaá |
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Bloqueio Rua Turiaçu/PI altura Shopping Bourbon (e) e bloqueio Rua Caraíbas esquina com Rua Venâncio Aires (d) |
Torcedores na área com controle de acesso (Rua Turiaçu/PI)
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Torcedores na área com controle de acesso (Rua Turiaçu/PI) |
Fora dos bloqueios, a situação era outra.
Rua Caraíbas
Rua Caraíbas
Após o bloqueio na Rua Caraíbas, eram milhares de torcedores misturados com vendedores ambulantes e muitas garrafas e latas de bebidas pelo chão. A concentração de torcedores na Rua Caraíbas subiu 3 quarteirões pelo bairro da Pompéia, e chegou até a Rua Maringá.
Rua Venâncio Aires
Em vários pontos da Rua Venâncio Aires até a Avenida Pompéia havia concentração de torcedores para assistir o jogo em TVs de bares.
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Rua Cotoxó com Venâncio Aires |
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Rua Venâncio Aires |
Avenida Pompéia
Vendedores
ambulantes ficaram instalados na calçada da Avenida Pompéia.
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Avenida Pompéia |
Avenida Francisco Matarazzo
Desde cedo, grades foram instaladas nas calçadas e via da Avenida Francisco Matarazzo, para as filas dos torcedores que se dirigiam à Arena. Na Altura da Praça Conde Francisco Matarazzo Junior, a avenida foi bloqueada pela polícia porque milhares de torcedores aguardavam o ônibus com os jogadores do Palmeiras. ![]() |
Torcedores invadem a Avenida Francisco Matarazzo para receber o ônibus com os jogadores do Palmeiras |
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Após a invasão dos torcedores, a polícia bloqueia a Avenida Francisco Matarazzo com grades, para receber o ônibus com os jogadores do Palmeiras |
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Comércio ambulante na calçada e via da Avenida Francisco Matarazzo |
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Calçada e via da Avenida Francisco Matarazzo. Pedestres e torcedores usam a via para circular. |
Rua Padre Antonio Tomas
Diferente do jogo da semana anterior, a Rua Padre Antonio Tomas não foi bloqueada pelo Batalhão de Choque. A circulação de veículos só foi impedida pelo policiamento no meio da tarde. Filas se formaram no meio da rua, torcedores, pedestres e vendedores ambulantes dividiam espaço com os carros.
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Acesso à Rua Padre Antonio Tomas pela Avenida Francisco Matarazzo |
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Rua Padre Antonio Tomas |
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Rua Padre Antonio Tomas |
Rua Teixeira e Sousa
Na Rua Teixeira e Sousa, onde há a sede de uma torcida organizada, uma grande concentração de torcedores, que se estendeu da esquina com a Padre Antonio Tomas até a Rua Barão de Tefé.
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Rua Teixeira e Sousa com Padre Antonio Tomas, sede de uma torcida organizada do Palmeiras
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![]() Rua Teixeira e Sousa com Barão de Tefé |
Avenida Antártica
Na Avenida Antártica, as calçadas e a pista sentido Sumaré foram ocupadas por torcedores, barracas e carros de comércio ambulantes.
![]() Banca de pernil na calçada da Avenida Antártica (Ponto de ônibus) |
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Torcedores caminham entre os carros na Avenida Antártica |
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Torcedores ocupam a Avenida Antártica e a Rua Melo Palheta para assistirem ao jogo nos bares |
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Torcedores caminham entre os carros na Avenida Antártica |
Avenida Sumaré, Praça Marrey Jr. e a Rua Cayowaá
O trecho entre a Avenida Sumaré, praça Marrey Jr. e a Rua Cayowaá (onde há um posto de gasolina) concentrou o maior número de torcedores. No final do jogo, os torcedores que estavam em outras ruas se dirigiram para este local, na tentativa de entrar na Rua Turiaçu/Palestra Itália.
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Posto de gasolina foi ocupado por torcedores e ambulantes do final da tarde até às 23h30 do dia 27/11/16. |
Plano de Ação para mitigar impactos
dos eventos realizados na Arena Allianz Parque
- É urgente a criação do "Grupo Executivo Permanente" e da implantação coordenada das medidas mitigadoras previstas no Plano de Ação, que minimizem ou eliminem os transtornos provocados pelos eventos realizados na Arena Allianz Parque.
- É necessário um considerável aumento e qualificação das equipes de fiscalização da Subprefeitura da Lapa, da CET e do policiamento (GCM, PM) atuando com horários ampliados e sempre que houver concentração de pessoas nas ruas do entorno da Arena e da Sede do Palmeiras.
- É necessário que os promotores dos eventos e administradores da arena (WTorre, Real Arenas, SE Palmeiras) tenham compromissos para evitar os transtornos e sejam responsabilizados por eles de maneira adequada, conforme prevê a legislação.
- É necessário que os órgãos públicos sejam responsabilizados por não agirem conforme prevê a legislação.
- É necessário prever ajustes ou criar legislação para emissão de alvará de funcionamento pela Secretaria Especial de Licenciamento – SEL/PMSP, que contenha a obrigatoriedade de análise dos impactos dos eventos realizados, determinando limites ao evento quando for demonstrado que haverá incomodidades (ruído, som alto, ocupação de ruas e calçadas por filas, excesso de trânsito, riscos de confronto e segurança do lado de fora da Arena etc.); bem como legislação que estabeleça o pagamento pelo uso privado do espaço público (a exemplo dos termos de Permissão de Uso – TPU).