“O ritmo civilizatório é
desumano: a má distribuição e a escassez são agravadas diante da apropriação da
água para fins comerciais. Grandes corporações promovem um processo de
mercantilização da água nos moldes usuais do mercado global: lucrar e
distribuir dividendos a um reduzido grupo de investidores. Isso é inaceitável!
Não se pode comprar chuva, não se pode comprar sol… É um contrassenso
tornar a água mera mercadoria e isso levará o mundo a um futuro ainda mais
injusto e perigoso
A
água é um bem comum. Isso nos leva a compreender também que sua gestão
precisa considerar os interesses das comunidades locais, em especial os
excluídos ou silenciados frente à forte voz do mercado, por meio de um processo
democrático de debate e decisão sobre projetos que interferem no uso da água e
da terra, especialmente no caso de empreendimentos de infraestrutura hídrica.
É preciso construir uma nova cultura da
água, sustentada em valores éticos, ecológicos e culturais que garantam a
inclusão e a justiça socioambiental, prezando pela transparência e participação
popular ampla e representativa dos diferentes setores da sociedade.
É fundamental a compreensão de que a
água é um bem comum que não pode ser gerido por interesses privados e que,
mesmo uma gestão do Estado, que em teoria deveria prezar pelo bem comum, sem
controle social e participação democrática, poderá priorizar o atendimento aos
grandes interesses privados, como ocorre em casos de concessões de uso de
fontes para exploração mineral, parcerias público-privadas dos serviços de
saneamento público, entre outros”. (FAMA – Fórum Alternativo Mundial da Água)
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