- Trata-se de uma LEI RECENTE (Lei 15.893
aprovada em 2013), construída a partir de um longo processo participativo, que
envolveu diversos setores da sociedade. Diferente do atual processo de revisão
proposto pela prefeitura, em que a maioria dos representantes do grupo gestor
da operação e da população que participou da audiência pública (realizada em
março de 2018) se colocaram contrários. A falta de diálogo
é outro problema, a revisão foi enviada à câmara sem conhecimento do grupo
gestor (eleito pela população
com mais de 1600 votos) e ainda contou com audiências marcadas sem
antecedência.
- A operação conta com SIGNIFICATIVO
RECURSO EM CAIXA (com destinação, beneficiários, terrenos e projetos definidos), com um
grande atraso na sua aplicação. A execução desses investimentos – como as
moradias do Subsetor A1 que atenderão as famílias cadastradas das Favelas do
Sapo e da Aldeinha, que aguardam atendimento habitacional há quase 10 anos; finalização
das obras de drenagem do Córrego Água Preta, que impedirá as enchentes no
bairro da Pompéia e o prolongamento da Av Auro Soares, que contribuirá para a mobilidade da região
– deveria constituir o centro dos esforços da gestão municipal.
- Foi realizado APENAS UM LEILÃO de CEPAC, em 2015,
quando os empreendedores não demandavam potencial construtivo, pois muitos
haviam recém aprovado projetos utilizando outorga onerosa, e a dinâmica
imobiliária na cidade encontrava-se em retração. Atualmente,
há indícios de recuperação do setor imobiliário, com alteração deste quadro.
Lembrando, que, a Operação Urbana Faria Lima também não obteve sucesso no
primeiro leilão, nem por isso deixou de ter boa arrecadação nos seguintes.
- O PREÇO MÍNIMO VIGENTE DO CEPAC (de R$1400,00, para
usos residenciais e R$1600,00, para comerciais) É ADEQUADO. Caso a
contrapartida financeira fosse calculada pelo método utilizado antes de 2013 na
Operação Urbana Água Branca (pela outorga onerosa), que viabilizou inúmeros
empreendimentos imobiliários, o valor atual equivaleria entre R$1600,00 e
R$2300,00[1]. O valor médio do
potencial construtivo pago em toda a cidade de São Paulo em 2017 foi de
R$1059,00[2].
- O PAPEL DE UMA OPERAÇÃO é garantir que a
construção de novos empreendimentos seja acompanhada de MELHORIAS URBANAS para atender as
demandas dos antigos e novos moradores dos bairros da Água Branca, de forma a
romper com o ciclo histórico de adensamento de edifícios sem qualidade de vida.
- DESCONTO no valor do potencial construtivo NÃO INDUZ DINÂMICA
IMOBILIÁRIA. Os descontos concedidos na outorga onerosa nos bairros com menor
interesse do mercado imobiliário, não evitaram que a concentração imobiliária
continuasse a ocorrer nas mesmas áreas de sempre (quadrante sudoeste). O mesmo
ocorre com os setores das operações onde o CEPAC é mais barato, como o setor
Jabaquara na Operação Urbana Água Espraiada, que não atraiu interesse do setor
imobiliário.
- Caso sejam excluídas as exigências para o
reparcelamento da GLEBA POMPÉIA, a mesma poderá ser ocupada sem seguir um
plano urbanístico que confira qualidade àquela imensa área. A cidade ainda PERDERÁ a contrapartida em HABITAÇÕES de interesse
social, EQUIPAMENTOS PÚBLICOS e no desenho do sistema viário de forma a garantir uma
boa
MOBILIDADE.
Diante disso, não há justificativa que
sustente a piora dos parâmetros de ocupação da Gleba Pompéia, e a
proposta de reduzir o Cepac para os míseros R$233,00, ou mesmo retroceder aos
patamares inicialmente propostos em 2013 (de R$700,00 e R$800,00). Caso seja
aprovada o PL 397/18 com essa revisão, as melhorias urbanas (que
constituem a finalidade da operação urbana) serão drasticamente prejudicadas. A
cidade perderá habitações de interesse social, equipamentos públicos de saúde,
educação, áreas verdes, drenagem e mobilidade. Considerando o contexto de retração dos
investimentos do governo federal e penúria financeira do município de São
Paulo, esta situação é ainda mais grave.
[1] Cálculo realizado com base nos valores de
terrenos do ano de 2017, retirados do Estudo de Viabilidade Econômico da
Operação Urbana Água Branca, realizado pela Prefeitura Municipal de São Paulo.
[2] Calculado com base, em:
<http://outorgaonerosa.prefeitura.sp.gov.br/relatorios/RelSituacaoGeralProcessos.aspx>.
Representantes da sociedade civil no Grupo de Gestão da Operação Urbana
Consorciada Água Branca
Adriana Bogajo (Instituto Rogacionista), representante do Segmento Organizações
Não Governamentais com atuação na região
Ana Carla Pereira, representante do Segmento Moradores e
Trabalhadores
Ana Carolina dos Santos, representante do Segmento Moradores
e Trabalhadores
Caio Boucinhas, representante do Segmento Moradores e
Trabalhadores
Dulcinea Pastrelo (Instituto Rogacionista), representante do Segmento Organizações
Não Governamentais com atuação na região
Gislene Sant’Ana, representante do Segmento Moradores e
Trabalhadores
Ilma Pinho, representante do Segmento Moradores e
Trabalhadores
José de Jesus da Silva (ATST Oeste), representante do
Segmento Movimentos de Moradia com atuação na região
Jupira Cauhy, representante do Segmento Moradores e
Trabalhadores
Laisa Stroher (IAB-SP), representante do Segmento Entidades
Profissionais e Acadêmicas com atuação em questões urbanas e ambientais
Leonor Galdino, representante do Segmento Moradores e
Trabalhadores
Maria Elena Ferreira (ATST Oeste), representante do
Segmento Movimentos de Moradia com atuação na região no Grupo de Gestão da
OUCAB
Paula Santoro (FAU-USP), representante do Segmento Entidades
Profissionais e Acadêmicas com atuação em questões urbanas e ambientais
Severina Ramos, representante do Segmento Moradores e
Trabalhadores
Esta postagem será atualizada com as adesões que estão sendo coletadas
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