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Foto feita na Quadra A, Subsetor A1, na Av Marquês de São Vicente, onde hoje funciona a CET (7 de dezembro de 2019). |
As famílias que irão viver nos apartamentos que serão construídos na primeira etapa, moravam na Favela da Aldeinha e na Favela do Sapo, que existiam na Água Branca, removidas entre 2008 e 2011. No total, foram cadastradas 1.061 famílias, que aguardam, desde então, a construção de suas novas casas. Direito previsto desde 1995, pela Lei da Operação Urbana Água Branca, mas não cumprido pela prefeitura quando removeu estas favelas.
Em 2013, após o processo de revisão da antiga Operação Urbana, foi aprovada a Lei 15.893 que criou a Operação Urbana Consorciada Água Branca e estabelece no seu artigo 8º, a construção de, no mínimo, 630 HIS para atendimento preferencial a estas famílias, garantindo o direito não atendido anteriormente.
Mas, após 10 anos da remoção das Favelas e 6 anos da Lei da OUCAB....
As famílias não sabem quando as obras terão início.A Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SMDU) e a São Paulo Urbanismo, responsáveis pela gestão e desenvolvimento dos projetos, recorrentemente apresentam, nas reuniões do grupo de Gestão da OUC Água Branca, cronogramas com prazos de início e término sempre adiados.
O desenvolvimento do projeto básico, iniciado após o resultado do Concurso Nacional de Projetos, está bastante atrasado, devido a: interrupção, em 2017, de convênio que transfere recursos para pagar o trabalho das empresas que desenvolvem o projeto - do Fundo de recursos provenientes de leilão de CEPAC da Operação Urbana, que fica com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU), para a Empresa Municipal São Paulo Urbanismo, que contrata as empresas; suspensão dos respectivos contratos e consequente suspensão da realização das etapas do projeto; etapa de licenciamento não concluídas; alterações no projeto pedidas pela SP Urbanismo que obriga a refazer etapas. Condicionantes importantes para a saída da CET do Subsetor A1 ainda não foram atendidas, entre outras ações onde SP Urbanismo e SMDU são responsáveis e estão atrasadas ou paradas, conforme apresentado nas reuniões do Grupo de Gestão da OUCAB.
Há um imenso prejuízo social, pois muitas destas famílias continuam vivendo em moradias precárias, e das 1.061, somente 151 recebem o auxílio aluguel da prefeitura.
Perto de 400 famílias, em 2019, solicitaram à SEHAB inclusão no Programa Auxílio Aluguel, uma vez que aguardam há tantos anos e ainda não há previsão de quando os apartamentos serão entregues. Apesar do parecer favorável dos técnicos de SEHAB, o Secretário de Habitação, João farias, ainda não informou a sua decisão.
Os(as) representantes dos moradores, entidades acadêmicas, movimentos de moradia e organizações não governamentais no Grupo de Gestão da OUC Água Branca (GGOUCAB), vêm exigindo que a Prefeitura (SMDU, SP Urbanismo, COHAB) priorize e acelere a finalização das ações necessárias para que a licitação das obras seja publicada. Uma reunião do Grupo de Gestão que trataria desse tema, agendada para Dezembro com a presença do Secretário de Desenvolvimento Urbano, Fernando Chucre, foi desmarcada.
Entrando no quarto ano da gestão, o presidente da SP Urbanismo, José Armênio, e o Secretário Fernando Chucre são os principais responsáveis pela situação atual. E são eles que poderão determinar prioridade e agilidade no desenvolvimento das ações necessárias para a contratação das obras dos apartamentos (HIS) e projeto de urbanização do Subsetor A1. Aumentar ainda mais o tempo de espera destas famílias pela realização de um direito estabelecido em lei é continuar a não exercer a responsabilidade administrativa de fazer.