OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA BRANCA

A comunidade da Zona Oeste quer informações mais detalhadas sobre todas as intervenções previstas na Operação Urbana Consorciada Água Branca. Quer a realização de Audiências Públicas Temáticas (drenagem, patrimônio, viário, equipamentos públicos, mudanças climáticas, uso e ocupação do solo dentre outros), e de Audiências Públicas Devolutivas, com tempo suficiente para compreensão do problema e debates/proposições, visando o estabelecimento de um diálogo maduro, responsável, competente e comprometido com a sustentabilidade e a qualidade de vida de nossos bairros e moradores.

domingo, 10 de junho de 2018

Na semana do Meio Ambiente, você lembrou do Córrego Água Branca?

A cidade de São Paulo ouviu falar do Córrego Água Branca no mês de março de 2018 quando, durante uma enchente, houve um desabamento de barracos de uma ocupação e a morte de uma criança. Ironicamente, na semana comemorativa do Dia Mundial da Água.

Leito do Córrego Água Branca antes e depois da chuva de 20 de março de 2018.




Por alguns dias, a grande imprensa esteve no local e divulgou a tragédia. Pessoas e associações, voluntária e solidariamente, contribuíram com apoio e doações de roupas e alimentos para as famílias que foram afetadas pela tragédia. A gestão municipal fez cadastro das famílias e entregou colchões, cobertores e cestas básicas aos desabrigados.

O Ministério Público de SP propôs uma “ação civil de responsabilidade por ato de improbidade administrativa em face de Fernando Chucre, Secretário Municipal de Habitação e Carlos Batista Fernandes, Prefeito Regional da Lapa”. 

Desde junho de 2017 Secretário e Prefeito Regional foram notificados pelo MP sobre a situação das famílias que estavam morando em área de alto risco no Córrego Água Branca.

A permanência da situação resultou numa ação civil em dezembro de 2017 proposta pelo MP para “retirada das famílias que vivem em área de alto risco e urgente atendimento habitacional, ainda que provisório”. 

Inicialmente acatada pela justiça e posteriormente anulada por aceitação de recurso da prefeitura, a ação ainda será julgada.

Enquanto o Prefeito Regional da Lapa e o Secretário de Habitação aguardam serem obrigados pela justiça para tomarem providências, as famílias continuam morando em área de alto risco e em condições ambientais graves.

O Córrego da Água Branca está com sua água contaminada e com seu leito tomado por lixo deixado pelos moradores da ocupação e por resíduos descartados pela cooperativa de reciclagem que trabalha em uma das margens do córrego. As famílias da ocupação e dos conjuntos habitacionais da Comunidade Água Branca convivem com a consequente presença de animais sinantrópicos (ratos, baratas, moscas, mosquitos e outros) e até cobras.

Córrego Água Branca, lado dos barracos (em 9jun18)






















Córrego Água Branca, lado da reciclagem  (em 9jun18)





















Esta grave situação se expande em dias de chuva, pois a interrupção do leito do córrego por lixo e madeira provocam enchentes nas ruas da Vila Chalot, porque as águas não escoam pelas galerias que dão para o Córrego. 

Rua Albertina de Souza















E o risco de uma nova enchente permanece.



A Água Branca é uma região de várzea do Rio Tietê, e sempre sofreu com alagamentos.
A Lei da Operação Urbana Consorciada Água Branca prevê nos seus objetivos “implantar parques lineares e projetos paisagísticos ao longo dos cursos d’água existentes, canalizando, com funções de lazer e de retardamento do escoamento de águas pluviais”.
Está previsto no plano de intervenções públicas da OUCAB, a implantação de um Parque Linear em área que envolve o Córrego da Água Branca e os dois terrenos públicos localizados na Av. Marquês de São Vicente, hoje cedidos pela prefeitura e pela câmara de vereadores, a título gratuito, para dois times de futebol (SC São Paulo e SE Palmeiras). Mas isso é para um futuro ainda não conhecido.

O presente indica que são necessárias ações de conscientização, preservação e manutenção, envolvendo a sociedade civil e o poder público.
Não basta retirar o que hoje existe nas margens do Córrego Água Branca. É necessário um planejamento que desde já, envolva comunidade, conselhos e poder público para a realização de ações que tragam uma melhor qualidade de vida para quem mora no local e preservação do meio ambiente.

E você, como pode contribuir?





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário!