CARTA ABERTA
Contra o uso da Moradia Popular para liberar a
verticalização
para setores de maior renda
Está em tramitação na Câmara
um Projeto de Lei (PL) que estabelece o Plano Municipal de Habitação (PMH) para
a cidade de São Paulo, o PL 509/2011. É um importante instrumento de política
pública que deve apresentar propostas de superação de nossa dívida social com a
maioria da população que vive em precárias condições de moradia e de qualidade
urbana. Este projeto, aprovado em primeira instância em 20/06/12, aguarda votação
em segunda instância.
No entanto, há um Substitutivo
enviado pelo prefeito Kassab e que conta com o apoio de sua base de vereadores.
Usam a Habitação Social para mais uma vez deixar nossa cidade à mercê dos
especuladores imobiliários. Não somente dificultam o acesso à moradia digna
para a população mais necessitada (de 0 a
3 salários mínimos), como pioram a condição de vida urbana de todos, com mais
enchentes, congestionamentos, longas horas em um ineficiente transporte
público, com a ocupação de áreas de proteção ambiental.
Mais uma vez fazem um ataque
frontal às importantes conquistas de nossa sociedade na luta pela reforma
urbana para uma cidade justa e democrática. Tentaram passar alterações
semelhantes, na Revisão do Plano Diretor Estratégico de 2002 e em outros
projetos da cidade, sempre com o objetivo de liberar os estoques construtivos
para a verticalização para os de maior renda.
O que parece ser
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O que está por trás
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Moradia popular e para
classe média (com renda de 0 a
11 mil reais) saem do cálculo do estoque construtivo de uma região.
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Mais área a ser
construída pelo mercado, que prefere atender famílias de rendas mais altas, sem
se preocupar com a capacidade da cidade em suportar este aumento.
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Diminuem as áreas para
atendimento de famílias que recebem de 0 a 4 mil reais e aumentam as áreas
para quem recebe de 4 mil a 11 mil
reais.
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Aumento da produção de
unidades sem minimizar o déficit habitacional. Permite mais negócios
imobiliários, mas ampliando o número de unidades vazias e mais caras.
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Libera a possibilidade
de construir mais alto em ruas com menos de 10 metros de largura,
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Piora na insolação e
ventilação das moradias e aumenta os congestionamentos.
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Amplia a construção de
moradia popular em áreas de proteção ambiental (ZEPAMs), rurais (ZEPAGs) e
industriais (ZPIs).
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Não há garantia de
atendimento de famílias de renda de 0 a 4 mil reais, piora e coloca em risco
vidas e a já precária condição de sustentabilidade ambiental urbana, sem
planejamento e sem efetivo controle social.
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O desrespeito às regras
de tombamento implicará em desapropriação, com indenização no valor de uma
moradia popular. O terreno passa a receber os mesmos usos de seu entorno.
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Mudança no zoneamento
com aumento do potencial construtivo de um terreno antes com grandes
limitações urbanísticas.
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Quem não construir
moradia popular em Zonas
Especiais de Interesse Social receberá multa com base no valor
venal. Tal recurso é destinado para o Fundurb.
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Quem não obedece a lei é
premiado, pois a partir daí pode dar outros usos para outras faixas de renda.
Isto sem qualquer controle social sobre a mudança de uso.
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Manifestem-se em suas redes contra esta farsa!!!
Venham cobrar seus vereadores!
Acompanhe a votação na Câmara, na quarta feira, 15h.
Manifestem-se nas próximas eleições!!!
São Paulo, agosto de 2012.
Em repúdio, subscrevem as entidades abaixo:
Associação Amoaluz, Assampalba,
Casa da Cidade, Garmic, Central de Movimentos Populares, Centro Gaspar Garcia, Frente
de Luta por Moradia, Instituto Polis, LabCidade e LabHab FAU-USP, Mover Lapa, Movimento
de Moradia do Centro, Movimento de Moradia para Todos, Movimento de Moradores
da Água Branca, Movimento Defenda São Paulo, Movimento SOS Parque da
Água Branca, Movimento Nacional da População de Rua-SP, União dos Movimentos de
Moradia de SP, IBDU, SAJU-USP.
Esta tirania se propaga por todo o Brasil. A estratégia é a mesma, aqui no sul. Privilégio para poucos, muito cimento ARMADO e perrdas incontáveis para a qualidade devida da população. RETRÓGRADO BRASIL!
ResponderExcluirDaggi