OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA BRANCA

A comunidade da Zona Oeste quer informações mais detalhadas sobre todas as intervenções previstas na Operação Urbana Consorciada Água Branca. Quer a realização de Audiências Públicas Temáticas (drenagem, patrimônio, viário, equipamentos públicos, mudanças climáticas, uso e ocupação do solo dentre outros), e de Audiências Públicas Devolutivas, com tempo suficiente para compreensão do problema e debates/proposições, visando o estabelecimento de um diálogo maduro, responsável, competente e comprometido com a sustentabilidade e a qualidade de vida de nossos bairros e moradores.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Você conhece a história da Avenida Santa Marina?

A Avenida Santa Marina -  "a mais antiga via de ligação entre as regiões da Água Branca e da Freguesia do Ó, cujas origens remontam ao século XVII" - é a protagonista da pesquisa, livro-cartaz e exposição “Ó: Caminho, Estrada, Avenida”.

Essa mesma avenida será também objeto da transformação prevista no projeto de prolongamento da Avenida Auro Soares de Moura Andrade, com recursos da Operação Urbana Consorciada Água Branca, e pelas estações de trem e metrô que serão implantadas na sua extensão. Bloqueada na década de 60 pelo muro que protege a linha de trem, ela poderá ser novamente um elo de ligação entre o "lado de cá com o lado de lá" do bairro da Água Branca, hoje só possível por meio de uma escada/passarela.

Exposição do livro-cartaz






















Os cartazes estão expostos em dois locais - dentro da Estação de Trem da Água Branca e ao lado da estação, na Rua Carijós, 260.

A abertura, realizada no sábado dia 17 de fevereiro/18, contou com a participação de moradores que nasceram e ainda vivem no entorno da Avenida Santa Marina.



Dna Vielda, Gilberto Tomé e Chiquinho.

Vielda Brugnera tem 98 anos, participou do projeto contribuindo com suas memórias. Nasceu e ainda mora na Avenida Santa Marina.


Francisco  Ingegnere, o Chiquinho, nasceu na "Vila Nova", que junto com a "Vila Velha", que ficavam na Avenida Santa Marina, eram locais onde moravam operários que trabalhavam na Vidraria Santa Marina. Chiquinho é presidente do Santa Marina Atlético Clube, com sede na mesma avenida, e mantém um grande e histórico acervo de fotografias.

Gilberto Tomé é arquiteto e artista gráfico e realizou o projeto "Ó: Caminho, Estrada, Avenida"


Programação
Participe e conheça esse bonito trabalho

Lançamento do livro de artista, abertura de exposição na estação e vídeo
17 de fevereiro, sábado

• das 11h às 20h: Lançamento da publicação “Ó: Caminho, Estrada, Avenida”, de Gilberto Tomé, com apresentação de fotos, desenhos e outras imagens referentes à pesquisa e desenvolvimento do projeto. Ao mesmo tempo, abre-se também uma exposição dessa publicação na estação Água Branca da CPTM, linha 7 Rubi.
• 18h: Apresentação do vídeo “Linhas e Passagens” de Lívia Escobar Gabbai,  realizado a partir das Caminhadas Gráficas nº 1 e 2, que aconteceram durante o período de elaboração do projeto “Ó: Caminho, Estrada, Avenida”.

Caminhada gráfica
24 de fevereiro, sábado

• das 10h às 13h: Caminhada Gráfica nº 3, com Gilberto Tomé. A “caminhada gráfica” é um percurso de aproximadamente 5 km, que vai do começo da Avenida Santa Marina até o Largo de Nossa Senhora do Ó, na Freguesia do Ó, com a intenção de desenhar e fotografar a paisagem, ou simplesmente observá-la. Durante a fase de pesquisa da publicação foram realizadas duas outras caminhadas abertas ao público com essas mesmas características.

Oficinas abertas de desenho
1, 8 e 15 de março

• das 15h às 18h:  Oficinas abertas de desenho, com Gilberto Tomé – “Desenhar a rua, desenhar na rua” –, abertas ao público, sem necessidade de prévia inscrição.

Primeira exposição de um dia
10 de março, sábado

• das 11h às 16h:  ”Cortes, matrizes e estampas”, gravuras de Paula Escobar Gabbai – com trabalhos que se relacionam com o tema da paisagem da cidade de São Paulo.
Segunda exposição de um dia17 de março, sábado

• das 11h às 16h: Exposição de um dia –  ”Olhares outros” – com fotos, desenhos e imagens de Danilo de Paulo, Rose Steinmetz, James Conway, Paula Janovitch e Renato Hofer realizados a partir das Caminhadas Gráficas nº 1 e 2, que aconteceram durante o período de elaboração do projeto “Ó: Caminho, Estrada, Avenida”;

Roda de conversa sobre projetos urbanísticos na Água Branca 
e a paisagem da Freguesia do Ó
24 de março, sábado


• das 11h às 13h: roda de conversa com o arquiteto Paulo Barbosa, a respeito de projetos urbanísticos relacionados à Operação Urbana Consorciada Água Branca e com Leandro Silva, sobre a paisagem como patrimônio imaterial da Freguesia do Ó.

Contexto histórico da avenida Santa Marina
A avenida Santa Marina não é muito conhecida atualmente por ser uma avenida sem saída para trânsito de veículos. A apenas uma quadra de seu início (no bairro da Água Branca, no ponto em que também começa a movimentada Rua Guaicurus) ela é cortada pela linha 8 Diamante da CPTM, havendo aí somente uma passarela  para travessia de pedestres. Mais uma quadra e logo é também cortada pela linha 7 Rubi, mas existe aí passagem de nível que permite o trânsito de pedestres e veículos, sujeito aos movimentos de sobe-desce da cancela, conforme a aproximação dos trens, avisada pelos apitos dos vigias e pelo gongo metálico típico das sinaleiras ferroviárias. Neste cruzamento se localiza também o acesso para a Estação Água Branca, que existe como parada desde a implantação da ferrovia (a antiga linha Santos-Jundiaí da São Paulo Railway) no século XIX. A origem da avenida Santa Marina está ligada à ocupação do território paulistano.
Na São Paulo seiscentista, o bandeirante Manuel Preto, tendo recebido glebas de terra a noroeste do centro da vila de Piratininga, e a pedido de sua mulher Águeda Rodrigues, ergueu ali uma capela, sobre morro mais elevado, em louvor à Nossa Senhora da Expectação. Era a origem do atual bairro da Freguesia do Ó. Inicialmente, o acesso se fazia sobretudo por barcos pelo rio Anhembi – como era então conhecido este trecho do Tietê –, mas com o tempo um caminho foi se estabelecendo, cortando a ampla e alagadiça várzea, unindo a região da Freguesia à Água Branca.
Esse primeiro eixo de ligação, considerado em sua origem como caminho de Manuel Preto, aparece nos mapeamentos da cidade no século XIX, como Estrada de Nossa Senhora do Ó. Somente em 1912, a estrada é renomeada como Avenida Santa Marina, denominação dada em homenagem à filha Marina do conselheiro Antonio Prado, presidente da Vidraria Santa Marina, fábrica que ali se instalou na última década do século XIX, em terreno vizinho à Estação Água Branca da São Paulo Railway.
Na década de 1950, sendo construída em concreto armado a nova ponte da Freguesia do Ó, a antiga ponte de madeira que situava-se no eixo da Avenida Santa Marina foi desmontada. Permanece hoje, como vestígio curioso dessa antiga ligação, a continuidade do nome da Avenida Santa Marina, tanto no bairro da Água Branca, quanto no da Freguesia do Ó, do outro lado do rio.

E, neste século XXI, mudanças importantes estão previstas para a Avenida Santa Marina: em seus subterrâneos, ao longo de seu eixo, se desenvolverá a Linha 6 Laranja do Metrô, unindo a Vila Brasilândia ao bairro da Liberdade. E as intervenções da Operação Urbana Consorciada Água Branca – plano urbanístico que propõe melhorias no sistema de circulação e mobilidade, de áreas verdes e adensamento populacional – prevê a sua ligação também subterrânea com a Avenida Auro Soares de Moura Andrade.
                                                                                  Do blog https://gilbertotome.art.br 



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