DE SÃO PAULOVANESSA CORREA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
07/01/2011 - 03h00 - FOLHA DE SÃO PAULO
Uma região da Pompeia (zona oeste de SP) próxima ao Bourbon Shopping e ao estádio Palestra Itália fica submersa a cada 17 dias no verão, com transtornos graves, como carros boiando.
O levantamento feito pela Folha, a partir da dados do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), considerou apenas registros em que o local encheu tanto que ficou intransitável.
Apenas nestes casos, trechos da área ficaram mais de 13 horas submersas no verão passado e neste início de estação. Considerando-se só janeiro de 2010, foi um caso a cada 6 dias. Neste ano, ocorreu pela primeira vez nas chuvas de anteontem.
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Por volta das 19h30, uma cena já conhecida por Maria Lívia Spinello, 56, se repetiu.
Uma pancada de chuva de verão caiu e, menos de 20 minutos depois, a água começava a invadir sua casa.
"Sempre teve enchente aqui, mas está piorando cada vez mais", diz a moradora, que vive ali desde que nasceu e desde sempre observa o acúmulo das águas.
O principal problema é o relevo do local --a área fica em uma baixada.
Quando a Folha chegou ao local, a veterana de enchentes botava para fora freezer e sofá estragados pela água que subiu mais de um metro, segundo marcas na porta de sua casa.
A praça Marrey Júnior, a rua Turiassu e o cruzamento das avenidas Francisco Matarazzo e Pompeia são as campeãs de alagamento na zona oeste da capital desde dezembro de 2009.
Moradores da região culpam a construção do shopping pelo agravamento do problema. Com o grande aumento de áreas impermeabilizadas na região --causados também por outras construções--, a água da chuva não tem para onde escoar.
O empreendimento diz que construiu dois reservatórios em seu terreno, suficientes para conter ao menos a água que cai sobre o edifício.
O plano definitivo da prefeitura para a região da Pompeia, a construção de duas galerias, está ainda no papel.
Havia a intenção do poder público de construir um piscinão no local. A decisão está descartada, informa a prefeitura por meio de nota.
"Estudos minuciosos foram feitos. A melhor solução técnica e de custo encontrada para a área é a construção de uma galeria para o córrego da Água Preta e de outra para o córrego Sumaré.
Ali perto, ocorreu a primeira morte do ano por alagamentos na capital. Bombeiros acharam morador de rua com sinais de afogamento.
É um absurdo o descaso da prefeitura em relação a esse problema que assola a região da Pompéia há tantos anos!
ResponderExcluirEstima-se que a Operação Urbana Água Branca arrecadou R$ 85,1 milhões de reais para serem utilizados nas obras antienchentes, mas até agora nenhuma medida eficaz foi tomada!
A construção de um piscinão na Av. Francisco Matarazzo, foi descartada pela prefeitura, e um novo estudo no valor de R$ 4,7 milhões foi contratado para "analisarem qual a melhor solução para esse problema". Pelo amor de Deus!! Todos os moradores da região já conhecem muito bem o problema e sabem qual é a solução.
O problema real é o descaso, a insuficiência, a morosidade e incompetência da Prefeitura isso sim...